quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Justiça do Ceará anula 13 questões do Enem

A Justiça Federal do Ceará decidiu anular para todo o país, hoje à noite de segunda (dia 31) as 13 questões do Enem,  que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O Ministério Público Federal antevia a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus (Fortaleza).


Investigação (31.10.2011) - Os incidentes relacionados à aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 estão circunscritos aos alunos do Colégio Christus, em Fortaleza. Não há qualquer indício seguro de que tenha havido também envolvimento dos alunos do cursinho pré-vestibular da mesma instituição, ou de alunos de outras instituições de ensino da capital cearense. Mas se a Polícia Federal chegar a uma conclusão distinta, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) poderá ampliar o número de provas canceladas e, da mesma forma, oferecer a esses estudantes a oportunidade de refazer a prova nos dias 28 e 29 de novembro. 

Estas foram as principais afirmações que a professora Malvina Tuttman, presidente do Inep, fez na tarde desta segunda-feira, 31, em entrevista coletiva no auditório do Banco Central, em Fortaleza.

“Estamos confiantes na decisão do juiz da 1ª. Vara da Justiça Federal do Ceará. Fornecemos todos os esclarecimentos e subsidiamos a Justiça Federal. Agora cabe a ela decidir”, disse Malvina. “Queremos tranquilizar a todos os estudantes e suas famílias no sentido de que nossas alegações são fortes e o nosso convencimento é de que o problema está restrito apenas a um grupo de alunos de um colégio em Fortaleza” – destacou a presidente do Inep.

Ela também reforçou o argumento de que a decisão do Inep foi técnica e pedagógica. “Não queremos punir os estudantes do Colégio Christus, pois temos certeza de que eles não tiveram nenhum envolvimento. Por isso, estamos oferecendo a eles a possibilidade de refazer a prova, sem custos. Do mesmo jeito que procedem os organizadores de exames similares em todo o mundo”, disse.  “Mas, se a Polícia Federal concluir que alunos do cursinho pré-vestibular da instituição também tiveram acesso às apostilas, poderemos ampliar o universo de provas canceladas.”

A professora Malvina manteve também um encontro com os delegados da Polícia Federal em Fortaleza que investigam os acontecimentos. “Para nós é importante saber como as escolas estão trabalhando os valores éticos com seus alunos. A questão não se localiza no Enem. Sua aplicação foi perfeita. O que importa é verificar até que ponto esta competitividade comercial pode ter afetado o comportamento e os valores dos estudantes.”

Malvina Tuttman reiterou também que a aplicação da prova, elaborada com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), nos dias 28 e 29 de novembro, não favorece nem prejudica nenhum dos candidatos. “A prova mede o mesmo nível de conhecimento e pode ser comparada no tempo.” Ela lembrou o caso das enchentes em 2009, no Espírito Santo, e dos alunos que foram prejudicados por erros de impressão em 2010. “Todos fizeram a prova e ninguém reclamou que a prova estava mais fácil ou mais difícil. Até porque não estava. Calibrada pela TRI, as provas tem o mesmo nível de dificuldade.”

Finalmente, com relação ao Banco Nacional de Itens, a professora Malvina Tuttman reafirmou que o número de itens divulgado (20 mil para todos os exames e seis mil exclusivamente para o Enem) são suficientes e seguros para a aplicação das duas provas previstas para 2012.

Fonte: ASCOM
Leia mais:
União apresenta argumentação à Justiça contra cancelamento