quarta-feira, 2 de maio de 2012

Documentário dos 100 anos de Jorge Amado na Multirio



Não deixe de visitar o site da Multirio para conhecer de perto tudo sobre o centenário do escritor brasileiro Jorge Amado. Nascido em Itabuna, em 10 de agosto de 1912, filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, o escritor se insere no boom da literatura latino-americana, ocorrido após a Revolução Cubana, como um de seus expoentes, juntamente com Gabriel García Marques, Julio Cortázar e Mario Vargas Llosa, entre outros. Apesar de uma trajetória bem-sucedida – era o escritor brasileiro com o maior número de livros vendidos até a década de 1990, quando foi superado por Paulo Coelho –, Jorge Amado sempre se deparou com a resistência de boa parte da crítica.
O alinhamento de suas primeiras obras com o realismo socialista, estética oficial do governo soviético de Josef Stalin, e o desapego formal de sua escrita, que dava mais ênfase ao enredo do que à linguagem (segundo o próprio Amado), são alguns dos elementos utilizados contra o escritor. O fato de o sucesso ter sido facilitado pela ampla difusão de seus livros nas revistas e jornais dos partidos comunistas, em vários países do mundo, também integra o quadro de argumentos daqueles que depreciam a obra amadiana e minimizam sua importância para a literatura de Língua Portuguesa.
A presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Ana Maria Machado, em seu artigo Jorge Amado: uma releitura, explica que a má vontade com a obra amadiana foi especialmente propagada por vários departamentos de Português nas universidades europeias, nos tempos em que o salazarismo ampliava suas raízes em Portugal. A resistência ao escritor baiano teria aumentado com a tradução de seu primeiro livro para o francês. A folha de rosto dizia se tratar de “uma tradução direto do brasileiro”, o que levou os literatos lusitanos a ironizar o fato de a Língua Portuguesa ter mudado de nome. O uso de palavrões e o registro da oralidade do brasileiro transformaram-se também em mais argumentos contra o escritor por parte dos defensores dos cânones da língua, que o acusavam de legitimar o linguajar chulo.
Mais em  www.multirio.rio.rj.gov.br